sábado, 19 de fevereiro de 2011

WORKPLACEBULLYING, MOBBING, ASSÉDIO MORAL




Isso tudo significa: violências repetitivas no local de trabalho. Para quem já entendeu o que significa bullying, aqui, o processo é o mesmo, isto é, a vítima também é “eleita”.

O assédio moral no trabalho é caracterizado por abusos de conduta de um funcionário, ou grupo, sobre outro através de atitudes que causam danos morais e psicológicos à vitima. Trata-se de humilhação, desonra e exploração do trabalhador, causando-lhe sofrimentos propositais.

A vítima é ‘eleita’ para ser agredida, chantageada e depreciada pelo chefe ou por um grupo de funcionários que o querem subestimar dentro do departamento ou em toda a empresa.
Qualquer funcionário pode ser alvo de bullying no trabalho. Ninguém está a salvo do sistema capitalista de produção, o que põe nas mãos de um chefe despreparado a pretensão de ‘achar’ que pode, através do medo, explorar seus subordinados.

_ Vai ter corte! A meta não foi atingida. Não sabemos se o quadro de funcionários será o mesmo amanhã.
Ai, que estresse!

_ Amanhã cheguem mais cedo, temos que adiantar e liberar o lote, ainda amanhã. Demoramos a conquistar esse cliente, temos que dispensar-lhe atendimento preferencial. Venha mais bem vestido, amanhã. Hoje, somos a imagem da nossa empresa.
Sorria se você estiver sendo descrito neste texto.

_ Esse horário do café é bom, heim! _ Ele? Hum... não dura muito. Com aquele tipo desengonçado não agrada o público. _ Olha lá o jeito dele, não desgruda do trabalho, não se levanta nem pro café. _ Não se junta, o rapaz? _ Workaholic, coitado, preciso do emprego. Se permanecer na empresa virará armário de canto.
Oh, grupinho da pesada!

_ Terminou o seu trabalho, mas tem outras coisas que pretendo que faça. Vá ao almoxarifado, procure as caixas datadas de 1900, desça-as todas. O cliente precisa, pra hoje , cópia de um documentos daquela época. Pra hoje!
Oh, perseguição!

_ Passem os seus cartões, mas voltem para o trabalho. Fiquem só mais um pouquinho. Amanhã, a meta será maior do que a de hoje, que conseguimos atingir raspando. Amanhã queremos esforço dobrado.
Oh, exploração!

São poucos exemplos que citamos para brincar com o texto, mas a realidade em determinados locais de trabalho é essa, sem tirar nem pôr nada!

Note que é repetitivo: “Amanhã vai ser pior que hoje”. Quem é que aguenta, todos os dias, “hoje e amanhã”, um clima de desaforo dessa forma dentro de uma organização? Quem produz com satisfação trabalhando sob pressão, sendo ameaçado se não conseguir isso, se não conseguir aquilo, como se funcionário já não existisse mais humano; mas, máquina.

Uma organização que tem um chefe que trata os que deveriam ser seus companheiros de trabalho com tirania, acaba destruindo equipes, levando profissionais à angústias, depressão, doenças psicossomáticas, quando não, até ao pedido de demissão, talvez esse o objetivo do chefe.

Vejo atitudes de bullying no local de trabalho como um prato de sopa jogado na parede. O macarrão gruda no alvo, mas o caldinho escorre e contamina todos os departamentos, degradando o clima entre os funcionários.

Há três formas de bullying no ambiente de trabalho:

Horizontal – agressões entre os trabalhadores do mesmo nível. Com frequência acontecem entre equipes onde há a competição. Se há um que se destaca mais e a competição impera, o destacado, certamente, será a próxima vítima.

Vertical ascendente- quando o funcionário assediador é menos graduado, isto é, ocupa cargo inferior em relação à sua vítima. Não digo que essa prática seja rara dentro das empresas. Acontece de os funcionários, individualmente ou em grupo, armarem para assediar um chefe. Boicotam a produção para vê-lo perder o cargo.

Vertical descendente - É o mais comum. O assediador exerce um cargo superior e pratica o bullying sobre um funcionário que ocupa um cargo inferior.

Um chefe, ou um grupo (sujeito ativo ou assediador) hostil submete, através de suas tiranias, o funcionário alvo (sujeito passivo ou assediado) a um estado de estresse crônico, levando-o a adoecer, prejudicando o rendimento do seu trabalho, podendo este vir a desenvolver a síndrome do pânico, entre outros prejuízos. Ainda que consiga produzir sob tensão, um funcionário assediado pode produzir uma bomba silenciosa dentro de si inocentemente.

Se a bomba da vítima estoura e o coitado mandar o assediador tomar ‘suco de caju’ , pronto! Certamente será penalizado. Mas ele aguenta, pelo menos tenta, quando pedir demissão não pode. Precisa do emprego. Se percebem que a vítima tem família e precisa daquele salário para sobreviver, tripudia mais ainda sobre ele, até que este peça demissão ou seja demitido por improdutividade.

Em resumo: Secada a última gota do caldinho, o bagaço joga-se fora.

Hei, você! No seu contrato de trabalho está escrito que deve praticar condutas abusivas, exercer a tirania? Sabe o que significa ser ‘buleiro’ no local de trabalho?

O agressor, no local de trabalho, é uma pessoa que se sente incomodada. Ele não é o superior, muito pelo contrário, se sente inferiorizado na presença da vítima, por isso a faz alvo sobre a qual descarrega sua insegurança.

Acredite, esse profissional agressor tem problemas sérios, ele é prejuízo certo para uma organização. Quer ter um funcionário ‘buleiro’ na sua empresa?

Ninguém está no mercado de trabalho ou ocupa uma posição profissional por acaso. Um profissional, graduado ou não, deve saber discernir, e muito bem, o certo do errado em suas atitudes. E a “criança” não poderá alegar que estava apenas brincando.

Num ambiente de trabalho onde não há sinergia, não há produção.

Combata o bullying no seu ambiente de trabalho. Divulgue essa ideia.


Rita Lavoyer está palestrando nas escolas e empresas interessadas em saber mais sobre esse fenômeno.

Um comentário:

  1. Hummmmmmmmmmmm....
    Trabalhei em várias potencias do ramo farmacêutico. Em uma delas cheguei a gerente de área. Certo que sempre em trabalho externo . Dentro só em casos de reunião de equipes, com diretores, gerentes de produtos, markting. Muitas mulheres em cargos diretivos. Ou eu nao conhecia o bulliyng e por isso nao o notava ou....bem, a competição era ferrenha, as exigências feitas com rigor mas era dado todo um suporte para que os objetivos fossem atendidos. Ninguem reclamava porque os prêmios eram bons..e buscados por todos.A firmeza de um chefe nunca foi vista como perseguição. Se um gerente fosse trabalhar com uma mulher no campo e o " bicho pegava" ,pegava de maneira consensual.. Hoje tudo é visto como assédio sexual. No meu tempo era tudo natural. Ninguémi mpunha nada a ninguém. Casos esporádicos existiam, claro, e o " perseguidor podia mudar de ramo. Ser charreteiro, por exemplo. No mercado farmacêutico a gente não o via mais.

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ritalavoyer@hotmail.com