terça-feira, 14 de dezembro de 2010

BULLYING, MAIS UMA VEZ!



Folha da Região B 3, 14/12/2010 “Jovem faz crianças reféns na França por cerca de 4 horas”.



Chamou-me a atenção : “...o jovem estava em tratamento para depressão, mas não vinha tomando seus remédios nos últimos dias.” - “Não se sabe quais são os motivos do adolescente.”



A própria matéria responde as causas. Não podemos ler uma notícia dessa e tratá-la como um fato isolado, uma vez que tragédias dessa natureza vêm ocorrendo em todas as partes do mundo.




O adolescente não chegou àquela escola por acaso. Ele planejou o acontecimento. O que torna esse ocorrido diferente das demais tragédias envolvendo sequestros dentro de escolas é que o final, felizmente, saiu a contento da vida.
O sequestrador não tinha uma arma de verdade nem solicitou uma para cometer o suicido, dando ao caso um desfecho contrário aos outros, em que adolescentes entraram nas escolas, mataram e depois cometeram suicídio.



Certamente, esse adolescente de 17 anos que entrou na escola e fez crianças reféns na França é um caso típico de vítima de bullying. Não será surpresa os noticiários informarem daqui a alguns dias que o adolescente sequestrador não apresentava transtornos mentais e que também não havia passado por algum problema que o levasse à ação criminosa.



Para quem eles iriam contar as suas angústias, exteriorizar as suas revoltas? Vítimas de bullying não desabafam, sofrem em silêncio, reprimem suas dores e vergonhas por serem humilhadas em um ambiente onde há testemunhas, mas que não fazem nada para socorrê-las, razão pela qual a escola é o palco escolhido para esses tipos de tragédias.



As vitimas de bullying sofrem de roubos das mais variadas naturezas. Roubam-lhes o tempo, a alegria, a esperança, a dignidade, a identidade, a autoestima, a vontade de prosseguir, de viver. Como que uma criança, com essa carga roubada não vai cair em depressão?




Quer saber o porquê desses roubos? Por que há uma vítima para poder haver um agressor ‘roubador’ de energias? Por que para ser considerado bullying as agressões devem ser repetitivas? Por que a repetição, a conexão entre ambas as partes, os roubos e a depressão? Somos energia ou não?



Tomara, acontecimentos desta natureza, embora já tenha havido dois casos no Brasil, nunca venham a acontecer em Araçatuba, e torçamos para que nosso país, como os demais, comecem a se importar mais com a infância e a juventude. Como afirmava nossa imortal professora araçatubense Neyde Simão da Matta: “É preciso estar sempre perto da juventude, mesmo que seja para errar junto com ela”



Para que nossas crianças tenham uma infância mais digna e substanciosa abracemos, pais, dirigentes escolares e toda sociedade, a Campanha de Ações Construtoras de Cultura de Paz em Araçatuba e Região.




Nos fóruns de discussões respostas aparecerão. A Paz está em nossas mãos, estendamos, pois, os nossos braços ao próximo. A vida pede Paz, a Paz pede urgência.






Fatos trágicos ligados ao fenômeno bullying:



AMÉRICA DO NORTE
1997- cidade West Paducah, Kintucky: um adolescente de 14 anos matou a tiros três companheiros da escola, após a oração matinal, deixando mais cinco feridos;
1998- Jonesboro, Arkansas: dois estudantes de 11 e 13 anos, atiraram contra sua escola, matando quatro meninas e uma professora.
1998- Springfield, Oregon: um adolescente de 17 anos matou a tiro dois colegas e feriu mais vinte;
1999, Littleton, Colorado: dois adolescentes, de 17 e 18 anos, provocaram a tragédia de Columbine. Com explosivos e armas de fogo, assassinaram 12 companheiros, um professor e deixaram dezenas de feridos. Em seguida suicidaram-se.



Alemanha
1999 – um estudante de 15 anos matou a facadas uma professora;
2000 : um aluno de 16 anos matou a tiros o diretor de escola e depois tentou suicídio;
2001 ; um jovem de 22 anos matou a tiros o chefe da empresa; depois se dirigiu à sua ex- escola, matou o diretor e suicidou-se com explosivos;
2002 : um jovem de 19 anos chacinou 16 pessoas: duas garotas. 13 professores, uma secretária e um policial que atendeu o chamado de emergência; em seguida suicidou-se.



ARGENTINA
2004: após a execução do Hino Nacional, um adolescente de 15 anos matou a tiro 4 colegas, ferindo mais cinco. Foi preso em seguida.



BRASIL
2003: Taiúva –SP: um adolescente de 18 anos feriu 8 pessoas: 6 alunos, um funcionário e a vice-diretora. Suicidou-se.
2004: Remanso-Bahia: um adolescente de 17 anos matou a tiros um colega de 13 anos, a secretária do curso de informática e feriu 3 pessoas. Não cometeu suicídio porque foi desarmado.




Rita Lavoyer

2 comentários:

  1. Bullying não é mesmo brincadeira e, felizmente , já se vê na imprensa, de um modo geral, matérias falando à respeito. Ate uma reportagem eu vi em uma tevê colocando o assunto em discussão. É bom que a sociedade fique atenta e se conscientize da necessidade de combater esse mal. Meus cumprimentos pelo seu papel nesse particular, aqui na terrinha.

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  2. Sinceramente eu nunca dei importância para o Bullying, mas ultimamente tenho me informado, é um problema atual que precisa ser encarado com seriedade. Seus posts têm sido mto informativos em relação a isso. Parabéns pela iniciativa. Bjoxxx

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ritalavoyer@hotmail.com